Questões de Português Concurso Assistente Administrativo com Gabarito O ano da esperança O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo númer...
Questões de Português Concurso Assistente Administrativo com Gabarito
O ano da esperança
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos também. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu não ajudava mais.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar. Como? Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
CARRASCO, W. O ano da esperança.
Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.
ATENÇÃO: Clique na imagem abaixo para ver a numeração do texto acima.
QUESTÃO 01
No texto, o autor diz que aprendeu a não ser generoso (l. 9-10).
A circunstância que justifica essa atitude foi o fato de ele
(A) sentir-se enganado por um rapaz, que sofrera um acidente.
(B) já haver ajudado muitos amigos desempregados.
(C) estar ficando sem dinheiro para ajudar as pessoas que o procuravam.
(D) desconfiar de que alguém estava desviando o dinheiro de sua ajuda.
(E) ter uma formação muito rígida, voltada unicamente para a família.
Resposta:
(A) sentir-se enganado por um rapaz, que sofrera um acidente.
QUESTÃO 02
A última frase do segundo parágrafo (l. 28-29) tem a seguinte função na construção do texto:
(A) justificar a opção de trabalho das pessoas desempregadas.
(B) servir como ilustração para a afirmação contida na frase imediatamente anterior.
(C) complementar com ironia a relação entre violência e trânsito.
(D) introduzir um novo argumento para desenvolvê-lo no parágrafo seguinte.
(E) apresentar o autor do texto como um analista do mercado de trabalho.
Resposta:
(B) servir como ilustração para a afirmação contida na frase imediatamente anterior.
QUESTÃO 03
No penúltimo parágrafo, o autor do texto revela ser autor de novelas, mas reclama
(A) do assédio dos fãs.
(B) da falta de privacidade quando anda pelas ruas.
(C) dos casos de amor que atribuem a ele nas redes sociais.
(D) da necessidade de ter consciência na hora de votar.
(E) das versões falsas publicadas na internet das histórias de suas novelas.
Resposta:
(E) das versões falsas publicadas na internet das histórias de suas novelas.
QUESTÃO 04
Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro melhor” (l. 30)
Respeitando-se as regras da norma-padrão e conservando-se o conteúdo informacional, o trecho acima está corretamente reescrito em:
(A) Podemos esperar para um futuro melhor
(B) Podemos esperar com um futuro melhor
(C) Podemos esperar um futuro melhor
(D) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
(E) Podemos esperar todavia um futuro melhor
Resposta:
(C) Podemos esperar um futuro melhor
QUESTÃO 05
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo” (l. 4-5), a colocação do pronome átono em destaque está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
O mesmo ocorre em:
(A) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
(B) Perderia-se o dinheiro e o amigo.
(C) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se.
(D) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo.
(E) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz.
Resposta:
(A) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
QUESTÃO 06
Considere o trecho “Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira.” (l. 34-36).
A única reescritura que, além de conservar o conteúdo informacional, emprega os sinais de pontuação de acordo com a norma-padrão é:
(A) Num mundo em que as notícias, são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira.
(B) Num mundo em que muitos sites servem a qualquer mentira, em que as notícias são plantadas pela internet.
(C) Num mundo em que, pela internet, as notícias são plantadas em que muitos sites, servem a qualquer mentira.
(D) Num mundo, em que as notícias são plantadas pela internet em muitos sites que servem a qualquer mentira.
(E) Num mundo em que, as notícias são plantadas pela internet e em que, muitos sites servem a qualquer mentira.
Resposta:
(B) Num mundo em que muitos sites servem a qualquer mentira, em que as notícias são plantadas pela internet.
QUESTÃO 07
Considere o trecho “Depois vieram as mães e avós doentes.” (l. 8-9).
A frase em que se emprega uma flexão do verbo destacado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
(A) Não sei o que fazer depois que vinherem as mães e avós doentes.
(B) Depois que as mães e avós doentes virem, faremos alguma coisa.
(C) Depois que eu vim, as mães e avós doentes ficaram curadas.
(D) Depois, as mães e avós doentes tiveram vindo até aqui.
(E) Talvez seja melhor ir depois de vierem as mães e avós doentes.
Resposta:
(C) Depois que eu vim, as mães e avós doentes ficaram curadas.
QUESTÃO 08
O último parágrafo do texto (l. 43) está reescrito de modo a manter-se seu sentido original em:
(A) Não acreditam. Entendem que estou faltando com a verdade.
(B) Não aceitam. Dizem que estou falando a verdade.
(C) Não entendem. Negam que estou faltando com a verdade.
(D) Não esperam. Acreditam que estou negligenciando a verdade.
(E) Não creem. Acham que, na verdade, estou me omitindo.
Resposta:
(A) Não acreditam. Entendem que estou faltando com a verdade.
QUESTÃO 09
O emprego do acento indicativo de crase está de acordo com a norma-padrão em:
(A) O escritor de novelas não escolhe seus personagens à esmo.
(B) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
(C) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou à prazo.
(D) Devido à interferências do público, pode haver mudanças na trama.
(E) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse à emissora.
Resposta:
(E) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse à emissora.
QUESTÃO 10
A palavra que precisa ser acentuada graficamente para estar correta quanto às normas em vigor está destacada na seguinte frase:
(A) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um personagem inesquecível.
(B) Os telespectadores veem as novelas como um espelho da realidade.
(C) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais com temas políticos.
(D) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele sua fala várias vezes.
(E) Alguns atores de novela constroem seus personagens fazendo pesquisa.
Resposta:
(D) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele sua fala várias vezes.
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