Questões de Interpretação de Texto "A retórica no Brasil: Um pouco da história" com Gabarito Essas atividade de 05 questões f...
Questões de Interpretação de Texto "A retórica no Brasil: Um pouco da história" com Gabarito
Essas atividade de 05 questões foi retirada de concurso aplicado em 09/2018 e tem com base o texto "A retórica no Brasil: Um pouco da história"; veja abaixo:
Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de números 01 a 05.
A exemplo de toda a Europa, que viveu no Humanismo Renascentista um renovado interesse pelos textos clássicos – com ênfase na retórica, principalmente nas obras de Aristóteles, Cícero e Quintiliano –, também no Brasil, por influência de Portugal, a retórica foi muito difundida. Chegou aqui pelas mãos dos padres jesuítas, que vieram em 1549 e aqui permaneceram até 1759, ou seja, por 210 anos. Essa retórica aqui chegada, a mesma praticada à época em toda a Europa, caracteriza-se pelo que se costuma chamar de “ciceronianismo jesuítico”: os jesuítas confiam no poder da palavra, considerada um prolongamento da palavra divina.
Um importante testemunho do tipo de retórica trazida ao Brasil pelos jesuítas é o Sermão da Sexagésima, do Padre Antônio Vieira, em que o jesuíta defende que não se conseguem bons frutos com a palavra de Deus porque o pregador não sabe pregar, ou seja, não domina as estratégias da persuasão retórica. Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica:
“Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura; há de declará-la com a razão; há de confirmá-la com o exemplo; há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer as dificuldades; há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários; e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.”
A exemplo de toda a Europa, que viveu no Humanismo Renascentista um renovado interesse pelos textos clássicos – com ênfase na retórica, principalmente nas obras de Aristóteles, Cícero e Quintiliano –, também no Brasil, por influência de Portugal, a retórica foi muito difundida. Chegou aqui pelas mãos dos padres jesuítas, que vieram em 1549 e aqui permaneceram até 1759, ou seja, por 210 anos. Essa retórica aqui chegada, a mesma praticada à época em toda a Europa, caracteriza-se pelo que se costuma chamar de “ciceronianismo jesuítico”: os jesuítas confiam no poder da palavra, considerada um prolongamento da palavra divina.
Um importante testemunho do tipo de retórica trazida ao Brasil pelos jesuítas é o Sermão da Sexagésima, do Padre Antônio Vieira, em que o jesuíta defende que não se conseguem bons frutos com a palavra de Deus porque o pregador não sabe pregar, ou seja, não domina as estratégias da persuasão retórica. Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica:
“Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura; há de declará-la com a razão; há de confirmá-la com o exemplo; há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer as dificuldades; há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários; e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.”
(Adaptado de: MENDES, E. A. de M. “A retórica no Brasil: Um pouco da história”, Revista Latinoamericana de Retórica, mar. 2013, v. 1, n. 1, pp. 43-57)
QUESTÃO 01
(FCC) A respeito do texto, é correto afirmar que consiste em
(A) exposição histórica, seguida de exemplo de discurso retórico da época, de caráter preceptivo e metalinguístico.
(B) exposição contrastiva, que visa mostrar como uma disciplina da Antiguidade, anterior ao cristianismo portanto, é subvertida pelos jesuítas, ainda que referida em seus próprios sermões.
(C) argumentação a propósito da validade da retórica no período do Renascimento, utilizando texto de Antônio Vieira como prova para o que é postulado no primeiro parágrafo.
(D) preceituação didática, a relacionar noções contemporâneas a conselhos proferidos à época da Renascença, tendo como exemplo uma homilia de Antônio Vieira.
(E) demonstração de preceitos retóricos com base na autoridade de Antônio Vieira, até hoje considerado modelar no uso da língua portuguesa.
RESPOSTA.
QUESTÃO 02
(FCC) Sobre o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar:
(A) Prevalece a narração histórica, para a qual a repetição de informações constitui recurso que as mantém vivas na mente do leitor, de maneira a facilitar a compreensão dos argumentos.
(B) A compreensão do texto encontra-se prejudicada por problemas de coesão, a ponto de algumas expressões, como “ciceronianismo jesuítico”, ficarem pouco claras.
(C) O uso expressivo da pontuação colabora para a compreensão do texto e torna claro o ponto de vista do autor sem que precise ser enunciado abertamente.
(D) Exceto pelo problema na mudança de tópico frasal, do primeiro para o segundo período, a repetição de informações acentua o caráter acadêmico do texto e privilegia sua clareza.
(E) Embora não haja problemas de clareza, há pouca articulação entre as orações, e repetem-se informações e termos, como o advérbio “aqui”, por exemplo.
RESPOSTA.
(FCC) A respeito do texto, é correto afirmar que consiste em
(A) exposição histórica, seguida de exemplo de discurso retórico da época, de caráter preceptivo e metalinguístico.
(B) exposição contrastiva, que visa mostrar como uma disciplina da Antiguidade, anterior ao cristianismo portanto, é subvertida pelos jesuítas, ainda que referida em seus próprios sermões.
(C) argumentação a propósito da validade da retórica no período do Renascimento, utilizando texto de Antônio Vieira como prova para o que é postulado no primeiro parágrafo.
(D) preceituação didática, a relacionar noções contemporâneas a conselhos proferidos à época da Renascença, tendo como exemplo uma homilia de Antônio Vieira.
(E) demonstração de preceitos retóricos com base na autoridade de Antônio Vieira, até hoje considerado modelar no uso da língua portuguesa.
RESPOSTA.
QUESTÃO 02
(FCC) Sobre o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar:
(A) Prevalece a narração histórica, para a qual a repetição de informações constitui recurso que as mantém vivas na mente do leitor, de maneira a facilitar a compreensão dos argumentos.
(B) A compreensão do texto encontra-se prejudicada por problemas de coesão, a ponto de algumas expressões, como “ciceronianismo jesuítico”, ficarem pouco claras.
(C) O uso expressivo da pontuação colabora para a compreensão do texto e torna claro o ponto de vista do autor sem que precise ser enunciado abertamente.
(D) Exceto pelo problema na mudança de tópico frasal, do primeiro para o segundo período, a repetição de informações acentua o caráter acadêmico do texto e privilegia sua clareza.
(E) Embora não haja problemas de clareza, há pouca articulação entre as orações, e repetem-se informações e termos, como o advérbio “aqui”, por exemplo.
RESPOSTA.
QUESTÃO 03
(FCC) ...o pregador não sabe pregar, ou seja, não domina as estratégias da persuasão retórica. Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica... (2º parágrafo)
Mantendo a clareza e, em linhas gerais, o sentido, o trecho acima encontra-se reescrito em um único período, com coesão e concisão, em:
(A) Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula, sem a qual o pregador não sabe pregar, pois não domina as estratégias de persuasão retórica.
(B) Sem dominar as estratégias de persuasão da qual Vieira, nesta homilia, apresenta uma verdadeira aula de retórica, o pregador não sabe pregar.
(C) O pregador, sem as estratégias de persuasão retórica, não sabe pregar, de modo que Vieira apresenta uma aula das mesmas nesta homilia.
(D) O pregador não sabe pregar, uma vez que não domina as estratégias de persuasão, sobre as quais, nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica.
(E) O pregador não sabe pregar, de forma que não domina as estratégias de persuasão; assim, nesta homilia, Vieira apresenta-lhe uma verdadeira aula.
RESPOSTA.
(FCC) ...o pregador não sabe pregar, ou seja, não domina as estratégias da persuasão retórica. Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica... (2º parágrafo)
Mantendo a clareza e, em linhas gerais, o sentido, o trecho acima encontra-se reescrito em um único período, com coesão e concisão, em:
(A) Nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula, sem a qual o pregador não sabe pregar, pois não domina as estratégias de persuasão retórica.
(B) Sem dominar as estratégias de persuasão da qual Vieira, nesta homilia, apresenta uma verdadeira aula de retórica, o pregador não sabe pregar.
(C) O pregador, sem as estratégias de persuasão retórica, não sabe pregar, de modo que Vieira apresenta uma aula das mesmas nesta homilia.
(D) O pregador não sabe pregar, uma vez que não domina as estratégias de persuasão, sobre as quais, nessa homilia, Vieira apresenta uma verdadeira aula de retórica.
(E) O pregador não sabe pregar, de forma que não domina as estratégias de persuasão; assim, nesta homilia, Vieira apresenta-lhe uma verdadeira aula.
RESPOSTA.
QUESTÃO 04
(FCC) Quanto aos recursos expressivos, o 3º parágrafo caracteriza-se
(A) pela variação de figuras, de modo a ressaltar o aspecto barroco da linguagem, demonstrando, de forma metalinguística, como deve ser o discurso.
(B) pela ênfase de uma mesma estrutura sintática, utilizada para descrever progressiva e didaticamente os procedimentos necessários a um discurso.
(C) pelo caráter coercitivo, comum a textos encomiásticos, como gramáticas, e normativos, como os códigos legais, de modo a inclinar seu leitor ao aprendizado.
(D) pelo contraste entre cada uma das recomendações, a conferir-lhes relevo e, consequentemente, maior clareza, uma das principais virtudes do discurso retórico.
(E) pela repetição de um mesmo sujeito das orações, chamando a atenção do leitor para a quantidade de obrigações centradas na figura do orador.
RESPOSTA.
(FCC) Quanto aos recursos expressivos, o 3º parágrafo caracteriza-se
(A) pela variação de figuras, de modo a ressaltar o aspecto barroco da linguagem, demonstrando, de forma metalinguística, como deve ser o discurso.
(B) pela ênfase de uma mesma estrutura sintática, utilizada para descrever progressiva e didaticamente os procedimentos necessários a um discurso.
(C) pelo caráter coercitivo, comum a textos encomiásticos, como gramáticas, e normativos, como os códigos legais, de modo a inclinar seu leitor ao aprendizado.
(D) pelo contraste entre cada uma das recomendações, a conferir-lhes relevo e, consequentemente, maior clareza, uma das principais virtudes do discurso retórico.
(E) pela repetição de um mesmo sujeito das orações, chamando a atenção do leitor para a quantidade de obrigações centradas na figura do orador.
RESPOSTA.
QUESTÃO 05
(FCC) Dentre os preceitos retóricos elencados por Vieira no 3º parágrafo, é correto afirmar:
(A) Recomendações como “há de prová-la com a Escritura; há de declará-la com a razão” são sintomáticas do antagonismo característico dos discursos de Vieira, compostos em um contexto barroco.
(B) Ao dizer que há de amplificar a matéria “com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias”, Vieira refere-se a questões que, por parte do público, não teriam por si só o respaldo necessário.
(C) Com “há de dividi-la, para que se distinga”, embora abra precedente contrário ao primeiro preceito, pois trata de matéria compósita, dividi-la permite que o enunciador se dedique apenas ao que importa para o convencimento da audiência.
(D) Embora as três primeiras recomendações se relacionem diretamente com a clareza do discurso, o orador há de saber calar o que não convém que seja exposto, como está dito em “com os inconvenientes que se devem evitar”.
(E) O primeiro deles, “Há de tomar o pregador uma só matéria”, refere-se à unidade do texto, de início, meio e fim com base na unidade do assunto abordado.
RESPOSTA.
(FCC) Dentre os preceitos retóricos elencados por Vieira no 3º parágrafo, é correto afirmar:
(A) Recomendações como “há de prová-la com a Escritura; há de declará-la com a razão” são sintomáticas do antagonismo característico dos discursos de Vieira, compostos em um contexto barroco.
(B) Ao dizer que há de amplificar a matéria “com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias”, Vieira refere-se a questões que, por parte do público, não teriam por si só o respaldo necessário.
(C) Com “há de dividi-la, para que se distinga”, embora abra precedente contrário ao primeiro preceito, pois trata de matéria compósita, dividi-la permite que o enunciador se dedique apenas ao que importa para o convencimento da audiência.
(D) Embora as três primeiras recomendações se relacionem diretamente com a clareza do discurso, o orador há de saber calar o que não convém que seja exposto, como está dito em “com os inconvenientes que se devem evitar”.
(E) O primeiro deles, “Há de tomar o pregador uma só matéria”, refere-se à unidade do texto, de início, meio e fim com base na unidade do assunto abordado.
RESPOSTA.
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