Redação UnirG 2020: necessidade ou mistificação? Coletânea: Mistificação > substantivo feminino 1. ato ou efeito de enganar alg...
Redação UnirG 2020: necessidade ou mistificação?
Coletânea:
Mistificação
> substantivo feminino
1. ato ou efeito de enganar alguém, de induzi-lo a crer em uma mentira; ludíbrio, farsa, embuste
2. coisa enganadora, falsa
Ex.: a foto do disco voador era uma m.
Necessidade
> substantivo feminino
1. qualidade do que é necessário
2. o que não se pode evitar; inevitável
Ex.: dormir é uma n.
3. (sXIV) Diacronismo: antigo.
extrema penúria; pobreza, miséria
Ex.: ficou inconformado com tanta n.
4. o que é imprescindível
Ex.: trouxe o suficiente para suprir suas n.
5. o que é útil; conveniência
Ex.: compreendeu a n. daquela providência
6. carência (do que é preciso), falta
Ex.: percebeu a n. de vitaminas na dieta do paciente
Utopia
> substantivo feminino
1. qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade
2. Derivação: por extensão de sentido. projeto de natureza irrealizável; idéia generosa, porém impraticável; sonho, quimera, fantasia
3. Rubrica: filosofia, política, sociologia. Modelo abstrato e imaginário de sociedade ideal, concebido como crítica à organização
social existente, porém inexeqüível por não estar vinculado às condições políticas e econômicas da
realidade concreta
4. Rubrica: filosofia, política, sociologia. em sociólogos como Karl Mannheim (1893-1947) ou filósofos como Ernst Bloch (1885- 1977), projeto alternativo de organização social capaz de indicar potencialidades realizáveis e concretas em uma determinada ordem política constituída, contribuindo desta maneira para sua transformação.
As utopias necessárias
Antonio Ozório, Promotor de Justiça do Estado de São Paulo.
O romance filosófico “Utopia”, de Thomas More, escrito em 1516, faz meio milênio este ano. O livro conta a história de um navegante português que descobriu uma ilha da fantasia, chamada Utopia. More juntou as palavras gregas “u” (não) e “tópos” (lugar), formando “não lugar”, ou seja, um lugar inexistente. A ilha não constava do mapa e os seus habitantes viviam de uma forma irreal, que seria a sociedade perfeita.
Todos nós precisamos de utopias para viver. O mundo real é sempre pouco animador e os sonhos nos ajudam a equilibrar o pessimismos e as decepções do presente com as esperanças que nos levam a um futuro mais suave. Para sobreviver bem, a nossa mente precisa de ilusões, sejam elas necessárias ou desnecessárias.
É claro que há utopias que são impossíveis de serem realizadas, como a de um mundo perfeito e sem conflitos. Entretanto, é possível construir um mundo melhor, com mais harmonia e menos guerras, mais justo e igual entre todos. Mesmo com o passar dos anos, é possível sonhar. Podemos cultivar utopias mais modestas, nas quais acreditamos e que sejam realizáveis.
É possível acreditar na recuperação dos espaços públicos, na construção da paz e no funcionamento da sociedade em rede, como expressão maior de uma cidadania solidária. Não é irreal a possibilidade de uma educação para todos, numa escola pública participativa e que fortaleça as solidariedades horizontais. Uma escola que tenha um ensino prazeroso e de qualidade, sem muros, sem fronteiras do saber e que fale mais do lado alegre da vida, da literatura, da poesia e que estimule a criatividade e a vontade de aprender naturalmente.
Para tanto é preciso sonhar e lutar. Paulo Freire nos ensinou que é “impossível viver sem sonhos” e a educação é o único caminho a nos conduzir para as necessárias tranformações sociais. Ou, nas palavras de Oscar Wilde, “um mapa do mundo que não inclua utopia não merece uma olhada sequer porque omite justamente o país em que a humanidade está sempre desembarcando”.
Disponível em: <http://estantedaeducacao.com.br/>.
Acesso em: 15 out. 2019. (Adaptado).
Documentário sobre Ensino Médio mostra como políticas não sonham com o futuro de nossa juventude
Wellington Soares, 24 de Maio 2017.
O que significa “sonhar alguém”? O neologismo, criado pelo jovem Felipe Lima em seu depoimento ao cineasta Cacau Rhoden, faz referência às expectativas e esperanças que se tem para uma pessoa específica. Sobre os pais, ele diz: “Acho que nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam”.
O que sonhamos para nossos jovens e o que eles sonham para si mesmos é a grande questão de Nunca me Sonharam, documentário que estreia em junho nos cinemas e na internet. Os relatos de 70 estudantes, educadores e especialistas constroem um retrato diverso e emocionante sobre a vida do jovem brasileiro. (...)
Algumas conclusões do filme já são conhecidas: o modelo escolar atual desestimula e poda um público inquieto e com vontade de aprender – mesmo entre os mais desinteressados, a escola é tida como um lugar de referência. Ao questionar qual é o modelo ideal para a juventude, algumas respostas : o protagonismo juvenil, a apropriação de conhecimentos que façam sentido para os alunos e a possibilidade de aprender de maneiras que não se restrinjam à transmissão de professor para aluno ganham destaque.
Mas nos sonhos dos jovens as piores características da sociedade brasileira também aparecem como empecilhos. Aqui, questões como a desigualdade gritante e a injusta cultura de meritocracia ganham rosto e voz. É difícil não se comover com as histórias de alunos que largaram a escola para trabalhar em empregos precários – um dedica seu tempo a carregar bujões de gás, outra estudante cuida de bebês e idosos desde os nove anos de idade – e para lidar com outras dificuldades da vida – a relação próxima com a violência, os percalços da paternidade e da maternidade precoce e o abalo causado por situações problemáticas na família.
Disponível em: <https://novaescola.org.br/>.
Acesso em: 12 out. 2019. (Adaptado).
Crise prolongada provoca ansiedade e depressão em trabalhadores
Éber Freitas, 28 junho 2017.
O sociólogo francês Émile Durkheim, em um dos marcos teóricos mais célebres sobre o suicídio, apontou que os atentados contra a própria vida poderiam ter origem em três fatores, entre eles a anomia – condição social em que normas morais e sociais inexistem ou são pouco claras. Na busca pela satisfação da ordem anterior, a frustração e a ansiedade aumentam, acompanhadas pela desorientação.
Esse quadro se repetiu em vários momentos históricos, como a onda de suicídios que se seguiu à crise de 1929. Não é exagero afirmar que um problema parecido ocorre no Brasil atualmente. Os efeitos da crise política e econômica que se arrasta desde o final de 2014 incluem a ausência de confiança nas instituições e em valores morais. Em consequência, a ansiedade, que já era um problema nas organizações em tempos menos caóticos, se agrava.
Para o psiquiatra Marcello Finardi Peixoto, médico do departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), há estudos que apontam picos de casos de depressão, abuso de álcool e drogas, suicídios e piora da saúde em geral em cenários de crise aguda. "Chegou-se a achar aumento de 6,5% na taxa de suicídios na Europa na recessão de 2009. Notou-se também aumento de 25% na taxa de absenteísmo e de 40% nos episódios de estresse relacionados ao trabalho, atingindo um em cada quatro trabalhadores", explica.
Para o psiquiatra, a população que vive e trabalha nas zonas urbanas – em especial nas grandes metrópoles – e convive com problemas típicos dessas regiões tende a sofrer mais.
“Fazendo essa comparação, conseguimos medir o papel que problemas urbanos como violência e trânsito, por exemplo, têm no desenvolvimento do estresse. Numa época de instabilidade econômica essas taxas tendem a aumentar mais", afirma.(...)
A diretora de RH da Attend Assessoria Consultoria e Auditoria S/S Dilma Rodrigues afirma que houve um aumento significativo das ausências nos postos de trabalho onde atua, por motivos psicológicos. "Nos últimos oito meses o aumento de ausências passou a ser mais significativo, especialmente para frequentar clínicas de psicologia e psiquiatria", ressalta.
"Os relatos são semelhantes, de funcionários que se sentem ameaçados com os seus empregos diante de muita pressão e de um cenário político-econômico desfavorável, além de uma sensação de abandono de nosso governo em caso de desemprego e de necessitar abrir mão de sua atual rotina para reduzir gastos e passar a contar com o apoio público nas áreas de educação e saúde. Esses sentimentos têm ocasionado um aumento nos níveis de stress e ansiedade", considera.
Disponível em: <https://administradores.com.br/>.
Acesso em: 16/10/2019.(Adaptado).
“Tenho medo de morrer por causa da crise climática”, diz estudante da UnB em Cúpula do Clima da ONU
Paloma Costa discursou na abertura da plenária principal. Socioambientalista e ativista climática defendeu os povos originários e tradicionais. Ao lado de Greta Thunberg, a estudante da UnB, Paloma Costa, foi um dos três jovens escolhidos entre mais de cem de todo o mundo.
Carolina Pires, 11/10/2019.
A edição 2019 da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova Iorque entre 21 e 23 de setembro, teve reforço especial com a participação de jovens ativistas ambientais. Embora o Brasil tenha sido um dos países vetados pela ONU para discursar durante o evento, uma universitária brasileira de 27 anos deixou seu recado para o mundo.
Paloma Costa Oliveira, que estuda Direito na Universidade de Brasília, participou da mesa de abertura da plenária principal, no dia 23 de setembro, da Cúpula sobre a Ação Climática, evento mais aguardado do encontro, que contou com a presença de chefes de estado e autoridades governamentais.
“As pessoas ainda me perguntam se tenho medo de defender nossas florestas, porque defensores ambientais estão em perigo. Eu quero dizer que não tenho medo; tenho medo de morrer por causa da crise climática”, testemunhou em um dos trechos de sua fala. Ela foi escolhida entre mais de 130 representantes de diferentes países para falar ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de outros dois jovens – a sueca Greta Thunberg e o indiano Anurag Saha Roy.
A ativista recebeu o convite com surpresa e ficou sabendo de sua participação a menos de uma semana do evento. “Eu sabia o que queria falar e tive um feedback positivo de líderes indígenas, jovens e representantes da causa. Foi muito significativo representá-los nesse espaço”, ressaltou.
Com discurso agregador, a estudante reforçou a necessidade de mobilização por parte de todos: “Uma grande líder indígena no Brasil disse recentemente que os povos indígenas têm resistido desde o início. E quanto a nós? Seremos capazes de resistir?” Em sua opinião, a juventude está engajada, mas ainda é preciso muito mais empenho de governantes, empresários e tomadores de decisão.
Disponível em: <https://www.noticias.unb.br/>.
Acesso em: 18 out. 2019. (Adaptado)
Propostas de redação
A – Artigo de opinião
O artigo de opinião é um gênero do discurso argumentativo que tem a finalidade de expressar o ponto de vista do autor a respeito de um determinado tema. A validade da argumentação é evidenciada pelas justificativas de posições assumidas pelo autor ao apresentar informações e opiniões que se complementam ou se opõem. No texto, predominam sequências expositivo-argumentativas. Escreva um artigo de opinião definindo uma posição sobre o tema Utopia: necessidade ou mistificação?
B – Carta pessoal
De foro privado, a carta pessoal ainda guarda um tom persuasivo-argumentativo, por meio do qual o leitor manifesta sua opinião sobre assuntos públicos ou íntimos. O texto da carta é caracterizado pela construção da imagem do interlocutor e por estratégias de convencimento e de persuasão. Os argumentos do autor buscam convencer o destinatário e/ou comovê-lo com o seu ponto de vista e suas ideias.
Imagine que você tenha um filho ou uma filha ainda criança. Em meio a uma crise política e econômica, você percebe que as pessoas ao seu redor estão perdendo a esperança no futuro. Preocupada(o) com o modo como sua criança vai assimilar esse clima, você decide escrever uma carta para que ela leia sempre, especialmente no futuro. Seu objetivo com essa carta é incentivá-la a sonhar. Esse incentivo deve necessariamente discutir o tema Utopia: necessidade ou mistificação?
NÃO IDENTIFIQUE O REMETENTE DA CARTA.
C – Crônica
A crônica é um gênero discursivo no qual, com base na observação e no relato de fatos cotidianos, o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma interpretação (ácida, séria ou bem humorada) que revela ao leitor algo não percebido pelo senso comum. Assim, o objetivo da crônica é discutir aquilo que parece invisível para a maioria das pessoas em um determinado momento histórico e, por isso, tem como uma de suas tendências tratar de acontecimentos marcantes para a sociedade.
Coloque-se no lugar de um cronista que escreve semanalmente para um jornal de grande circulação. Ciente das notícias cotidianamente divulgadas pelo jornal, você decide escrever uma crônica para tratar do tema Utopia: necessidade ou mistificação?
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