Prova de Residência Serviço Social (USP 2022) com Gabarito SERVIÇO SOCIAL USP 2022 - QUESTÃO 16 Segundo Andrade (2008), os cuidados paliativ...
Prova de Residência Serviço Social (USP 2022) com Gabarito
SERVIÇO SOCIAL
USP 2022 - QUESTÃO 16
Segundo Andrade (2008), os cuidados paliativos consistem na manutenção da qualidade de vida nos momentos finais e na garantia de uma morte digna. O Serviço Social compondo a equipe interdisciplinar acompanha as notícias de óbitos dada à família ou, ainda, é comunicada pela família em casos de falecimento em domicílio.
Nessas circunstâncias, são atribuições do/a assistente social:
(A) Receber a comunicação de óbito pela família e tomar providências quanto à notificação do óbito às entidades competentes.
(B) Garantir o acesso à informação necessária, fornecendo orientações burocráticas sobre o óbito, como documentos necessários e providências legais.
(C) Comunicar o óbito aos familiares e fazer orientação das providências burocráticas àquele familiar menos envolvido emocionalmente com o falecido.
(D) Comunicar o óbito aos familiares na ausência dos profissionais da enfermagem e promover acolhimento psicológico.
(E) Acompanhar o atendimento médico no momento do comunicado do óbito e, posteriormente, tomar as providências para o velório ser realizado gratuitamente.
USP 2022 - QUESTÃO 17
No texto “Na prática a teoria é outra”, localizado no livro “A instrumentalidade do Serviço Social”, a autora Yolanda Guerra (2011, p.172) afirma que “a repetibilidade das ações, sancionada pela experiência e ancorada na teoria, permite a instituição de modelos de atuação profissional”, porém, mais adiante, faz uma ressalva em relação à aplicação indiscriminada de modelos na análise e diagnóstico da realidade, pois, segundo Guerra, tal conduta levaria o profissional a um equívoco que se apresenta em uma das afirmações apresentadas a seguir.
Assinale a alternativa que apresenta o equívoco apontado pela autora.
(A) Apreensão do real fragmentada e incompleta, que levaria à aceitação acrítica do instituído.
(B) Aplicação sistematizada e crítica dos modelos de atuação profissional.
(C) O estabelecimento de princípios, normas e regulamentos passíveis de avaliação.
(D) Apreensão crítica da realidade e livre da neutralidade entre os sujeitos.
(E) A consagração de um conjunto de procedimentos, como estudo, diagnóstico, intervenção e avaliação.
USP 2022 - QUESTÃO 18
Vasconcelos (2013), em seu livro “Saúde Mental e Serviço Social: o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade”, define multidisciplinaridade como:
(A) Justaposição de diversas disciplinas em um nível único de hierarquia.
(B) Compartilhamento da epistemologia e de uma finalidade e objetivo comuns.
(C) Gama de disciplinas que compartilham o mesmo saber teórico-epistemológico operando a partir da troca de informação entre si.
(D) Justaposição de diversas disciplinas de maneira desordenada e nada hierárquica.
(E) Gama de disciplinas que coexistem, mas sem cooperação ou troca de informação entre si.
USP 2022 - QUESTÃO 19
Martinelli (2011), em seu texto, “O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos” relembra que o fundamento do Serviço Social é a própria realidade social, e sua matéria-prima de trabalho são as múltiplas expressões da questão social.
Na sua atuação na área da saúde, no atendimento direto aos usuários, o trabalho com pessoas fragilizadas, que pedem um cuidado humanizado para que possam se fortalecer na sua própria humanidade, exige um exercício profissional que materialize os princípios do Código de Ética, do Projeto Ético Político da profissão e dos Parâmetros de Atuação do Assistente Social na Política de Saúde, assim, na saúde é imprescindível a articulação de três dimensões da ética, que são:
(A) Ética dos cuidados; ética da assistência à saúde; ética exclusiva do/a assistente social.
(B) Ética profissional; ética pessoal; ética laboral.
(C) Ética dos cuidados; ética da proteção social; ética militante.
(D) Ética profissional; ética dos movimentos sociais; ética protestante.
(E) Ética profissional; normativas morais; valores de igualdade social.
USP 2022 - QUESTÃO 20
Mioto, no texto “Estudos socioeconômicos” (BRASIL, 2009), afirma que, na atualidade, os estudos socioeconômicos consistem em ação de competência dos/as assistentes sociais e que têm por finalidade conhecer de forma profunda e crítica uma determinada situação que apresente expressões da questão social. São objetivos para a realização dos estudos socioeconômicos:
(A) Subsidiar decisões teóricas acerca da aplicabilidade das legislações sociais.
(B) Subsidiar decisões técnicas vinculados ao acesso de benefícios sociais ou parecer em situações conflituosas.
(C) Promover acesso à justiça social em processos seletivos privados.
(D) Promover políticas de equidade social a partir da elaboração de parecer e opinião pessoal do profissional.
(E) Recolher dados objetivos acerca de uma situação de pobreza, identificando a responsabilidade dos próprios indivíduos na situação estudada.
USP 2022 - QUESTÃO 21
No texto “Estudos socioeconômicos” (BRASIL, 2009), Mioto afirma que os estudos sociais contêm duas dimensões, uma operativa e outra ética, e que ambas devem expressar a apropriação do conhecimento pelos/as assistentes sociais. A qual tipo de conhecimento a autora se refere ao apresentar as duas dimensões que compõem o estudo social?
(A) Fundamentos técnico-operativos e instrumentais da profissão.
(B) Fundamentos teórico-metodológico e técnico-prático da profissão.
(C) Fundamentos teórico-metodológico e ético-políticos da profissão em determinado momento histórico.
(D) Fundamentos específicos formativos da categoria profissional com base na instrumentalidade do Serviço Social.
(E) Referencial à luz da Teoria Crítico-Positivista, uma vez que estão presentes as dimensões teórico e técnica.
USP 2022 - QUESTÃO 22
Segundo Mioto (BRASIL, 2009, p. 500), “a orientação e o acompanhamento são ações socioeducativas realizadas por assistentes sociais alinhados ao atual projeto ético-político da profissão” e podem promover transformações sociais para indivíduos, grupos e famílias. São efeitos das ações socioeducativas:
(A) Contribuir para o fortalecimento de processos emancipatórios, nos quais há a formação de uma consciência crítica dos sujeitos frente à apreensão e à vivência da realidade.
(B) Contribuir para a emancipação de todos os grupos subalternos em que haja exploração da mão-de-obra e da mais-valia, conquistando a extinção do modo de produção capitalista.
(C) Contribuir para o fortalecimento de processos emancipatórios, sem que haja, necessariamente, a conquista de novos direitos sociais e a ampliação da consciência de classes.
(D) Facilitar a construção de processos democráticos garantidores de direitos que coexistam com o aprofundamento das desigualdades socioeconômicas.
(E) Facilitar a ampliação de acesso a bens e serviços previstos em lei, regulando as relações sociais e promovendo maior controle e vigilância das classes subalternas.
USP 2022 - QUESTÃO 23
Mioto (BRASIL, 2009, p. 502) explica que “as ações socioeducativas se constituem como processos que se constroem e se reconstroem continuamente, não existindo modelos pré-definidos”. Porém, cabe salientar que só se torna possível desenvolvê-las mantendo coerência entre a direção teórico-metodológica, ético-política e técnica-operativa.
Há naatualidade uma escolha tanto pelas abordagens individuais e pelas grupais, ambas alinhadas aos três pontos que constituem a instrumentalidade do Serviço Social. A escolha da realização de grupos nas ações socioeducativas como uma estratégia coerente é justificada pelo seguinte argumento:
(A) A formação de grupos é uma estratégia rentável aos serviçose profissionais, pois otimiza custos, ampliando o número de atendimentos realizados.
(B) A formação de grupos é altamente recomendável, pois proporciona o encontro de diferentes subjetividades e a possibilidade de construção de um trabalho intersubjetivo mesmo durante as ações socioeducativas.
(C) A formação de grupos é recomendável quando não há a possibilidade de realizar o atendimento individual, pois é este que permite uma intervenção profissional coerente.
(D) A formação de grupos é altamente recomendável porque permite, por meio da reunião de diferentes sujeitos, a realização do processo educativo de forma coletiva.
(E) A formação de grupos é uma estratégia metodológica passível de questionamentos no que tange à intervenção do/a assistente social, pois não comporta responder as demandas da população pauperizada nesse formato de atendimento.
USP 2022 - QUESTÃO 24
Chupel e Mioto (2010) constataram em seus estudos que o tema do acolhimento ainda não possui uma discussão consistente no âmbito do Serviço Social, conformando uma lacuna no pensamento e na prática executada no campo da saúde.
Há, entretanto, alguns direcionamentos acerca do que é o acolhimento para o Serviço Social, que, segundo os autores, é composto por:
(A) Escuta do usuário, fornecimento de informação e comportamento cordial.
(B) Avaliação, aplicação de questionário e identificação de fatores de risco.
(C) Escuta qualificada, orientação diretiva e encaminhamentos.
(D) Estabelecimento de vínculo, escuta pragmática e intervenções breves.
(E) Avaliação, diagnóstico e intervenção.
USP 2022 - QUESTÃO 25
No debate que Chupel e Mioto (2010) fazem sobre o tema do acolhimento no Serviço Social, as autoras buscam identificar quais os objetivos que a categoria profissional reconhece no ato do acolhimento. Nesse contexto, é correto afirmar que o/a assistente social faz o acolhimento
(A) a fim de construir uma relação de confiança tal que permita criar vínculos e realizar orientações que corrijam o comportamento errante inicial do usuário e subsidiar decisões futuras.
(B) para garantir o acesso do usuário aos mais diversos direitos sociais, construir uma relação de confiança e coletar informações necessárias para tomada de decisões futuras.
(C) para captar informações que subsidiem as decisões acerca das intervenções a serem realizadas e escutar as queixas sobre os serviços pelos quais o usuário já passou.
(D) para realizar orientação acerca de benefícios e direitos sociais, além de identificar demandas previdenciárias e trabalhistas e fazer diagnóstico funcional do grupo familiar.
(E) a fim de construir uma relação de confiabilidade de modo que o usuário não minta durante as entrevistas sociais futuras, facilitando o trabalho do profissional na concessão de benefícios.
USP 2022 - QUESTÃO 26
Matos (2020) em seu texto “A pandemia do coronavírus (COVID19) e o trabalho de assistentes sociais na saúde”, inaugura um diálogo entre os/as assistentes sociais sobre sua prática profissional nesse contexto inédito e desafiador da pandemia e propõe um conjunto de estratégias para uma prática profissionalque sustente seu posicionamento ético-político a despeito das (novas) dificuldades nos processos de trabalho. Algumas das estratégias trazidas no referido texto são:
(A) Realizar estudo social para identificar e classificar os níveis de urgência para atendimento social e, assim, reagendar os atendimentos que não se tratem de risco iminente aos atendidos.
(B) Direcionar as atividades profissionais para a concessão de benefícios de transferência de renda, realizar orientações previdenciárias e trabalhistas e não pactuar com atividades que não sejam pertinentes à categoria.
(C) Fazer articulação com outras instituições, posicionar-se diante de requisições técnico-administrativas equivocadas para o Serviço Social e elaborar estratégias seguras para manter o contato com os usuários.
(D) Fazer articulação entre serviços da rede, responder somente demandas emergenciais e realizar atendimento social com os familiares e amigos dos pacientes.
(E) Negar-se a qualquer atendimento que venha expor o profissional ao contágio do vírus, elencar prioridades nas novas rotinas de atendimento e garantir o sigilo profissional realizando atendimento às portas fechadas.
USP 2022 - QUESTÃO 27
De acordo com Barroco &Terra (2012, p. 77), “entender o profissional como sujeito ético-moral é tratá-lo como um sujeito dotado de certos atributos que lhe permitem agir eticamente: vontade, racionalidade, consciência, senso moral ou capacidade de responder por seus atos e discernir entre valores morais (certo/errado; bom/mau etc). Dizemos que as ações ético-morais são conscientes quando o sujeito assume que os demais podem sofrer as consequências dos seus atos, se responsabilizando por eles”.
Com base na reflexão das autoras, é correto afirmar que, mesmo em situações de confronto entre valores pessoais e os vinculados à ética profissional, espera(m)-se da/o profissional consciência
(A) ética e compromisso com valores hierárquicos e humanitários.
(B) de sua incompetência técnica para discernir a respeito dos valores.
(C) moral e maturidade emocional para escolher os valores ideais.
(D) das normas e responsabilidade vinculada à moral e a religião.
(E) ética e responsabilidade vinculada à liberdade e à equidade.
USP 2022 - QUESTÃO 28
A questão social como “matéria” do Serviço Social é notadamente reconhecida nos debates da profissão. Iamamoto (2012) aponta que há uma dupla armadilha para analisar a questão social “quando suas múltiplas e diferenciadas expressões são desconectadas de sua gênese comum, desconsiderando os processos sociais contraditórios, na sua dimensão de totalidade, que as criam e as transformam” (BRASIL, 2012, p. 49).
Essas armadilhas referem-se à
(A) associação dos efeitos contraditórios da sociabilidade burguesa e da relação entre capital e trabalho que resultam nas expressões da questão social.
(B) pulverização e fragmentação das questões sociais e à difusão de um discurso genérico com uma visão unívoca e indiferenciada da questão social.
(C) problematização a respeito da compreensão das expressões das questões sociais enquanto lógica do capitalismo.
(D) ampliação da concepção de questão social voltada à estrutura e dinâmica da sociedade capitalista e de suas respostas ao enfrentamento de suas crises.
(E) compreensão da totalidade social enquanto apoio analítico que construirá mediações com as diversas e distintas facetas das expressões da questão social.
USP 2022 - QUESTÃO 29
No documento “Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde” (BRASIL, 2010) destaca-se a relação entre o projeto ético-político e o de reforma sanitária.
Os dois projetos são construídos
(A) no período da Ditadura Militar e se afirmam no acirramento da repressão com o AI5 em 1968.
(B) junto às organizações privadas de saúde nos anos de 1980 e se expressam frente às suas regulamentações.
(C) no processo de redemocratização da sociedade brasileira e se consolidam na década de 1980.
(D) no interior das iniciativas particulares de setores da sociedade civil-empresarial nos anos de 1960.
(E) em conjunto com as reformas de base do governo de Juscelino Kubitschek durante o período de 1956-1961.
USP 2022 - QUESTÃO 30
Barroco &Terra (2012, p.90) apresentam no debate a respeito do compromisso ético-político com os usuários a seguinte situação hipotética:
“A assistente social B atendeu uma usuária que solicitou ajuda de uma passagem de ônibus de São Paulo para São Luiz do Maranhão, para ver sua mãe que estava no hospital, em estado de coma. B deixou de fornecer o auxílio porque durante o atendimento notou que a usuária levava uma revista embaixo do braço e cigarros em seu bolso. B comentou com sua colega que o que mais a incomodou foi o fato da usuária gastar dinheiro com revistas e cigarros. A colega ainda argumentou que a revista poderia ser emprestada, e que o cigarro é uma escolha e uma dependência que não pode ser julgada dessa forma. Mas B estava irredutível: ‘Quem gasta dinheiro com bobagens e não tem força de vontade para largar o vício, não precisa de ajuda’”.
Contrárias ao que o Código de Ética Profissional de 1993 prevê, essas situações demonstram que necessidades sociais são negadas em virtude de:
(A) Compromisso com a liberdade e ação ética.
(B) Respeito às necessidades e vínculo com os usuários.
(C) Posicionamento coerente com os valores emancipatórios.
(D) Preconceito e atitudes policialescas.
(E) Equidade e exercício da autonomia.
USP 2022 - QUESTÃO 31
Iamamoto (BRASIL, 2012, p. 44) afirma que o projeto ético-político profissional é “fruto do protagonismo social dos agentes profissionais, vem sendo construído historicamente no embate entre distintos projetos sociais que se refratam no interior da categoria, redundando em diferenciadas perspectivas de leitura do significado social do Serviço Social, que incidem na condução e operacionalização do trabalho quotidiano”.
Segunda a autora, um dos maiores desafios para efetivação desse projeto é torná-lo
(A) um guia efetivo para o exercício profissional e consolidá-lo por meio de sua implementação efetiva.
(B) uma obrigação para o exercício profissional e consolidá-lo por meio de sua legislação efetiva.
(C) uma matriz teórica e ideológica para o exercício profissional e consolidá-lo por meio da militância partidária.
(D) um conjunto de orientações e procedimentos para o exercício profissional e consolidá-lo por meio da norma.
(E) um manual ético-moral para o exercício profissional e consolidá-lo por meio de práticas exitosas.
USP 2022 - QUESTÃO 32
Segundo os “Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde” (BRASIL, 2010), uma das competências que permitem ao profissional realizar a análise crítica da realidade para o enfrentamento das situações e demandas sociais que se apresentam em seu cotidiano, é(são):
(A) Compreensão analítica dos processos sociais vigentes na busca da interação dos grupos sociais distintos.
(B) Participação efetiva nos espaços de influência política e percepção das correntes majoritárias de poder.
(C) Apropriação das correlações de forças vigentes na direção do apoio e intervenção às classes dominantes.
(D) Avaliação das correntes ideológicas em disputa e pactuação com as instituições e interesses privados.
(E) Apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade.
USP 2022 - QUESTÃO 33
A Resolução CFESS nº 383/99 de 29/03/1999, que caracteriza o/a assistente social como profissional da saúde, nas suas considerações, afirma que, para a consolidação dos princípios e objetivos do Sistema Único de Saúde, é imprescindível a efetivação do Controle Social e o Assistente Social, com base no seu compromisso ético-político, tem focalizado suas atividades para uma ação técnico-política que contribua para:
(A) Centralizar a ação individual e restrita, salvaguardando as requisições e demandas para o controle institucional e burocrático.
(B) Incentivar os espaços de comunicação social, de publicização do cotidiano dos usuários e controle dos direitos sociais.
(C) Potencializar as forças políticas de poder no território, socializando os interesses privados e individuais da população usuária.
(D) Viabilizar a participação popular, a democratização das instituições, o fortalecimento dos Conselhos de Saúde e a ampliação dos direitos sociais.
(E) Estimular as manifestações individuais, a exposição das lideranças populares e os espaços de organização coletiva.
USP 2022 - QUESTÃO 34
Bravo & Matos (2009) destacam, no texto “Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate”, o debate sobre o controle social na saúde e levantam considerações sobre a concepção dos Conselhos pelos assistentes sociais a partir de uma pesquisa e apontam duas tendências identificadas como o otimismo utópico e o pessimismo realista.
Essas tendências desdobram-se em duas sub-tendências, do conselho como
(A) espaço de cooptação ou conselho como um espaço tenso e contraditório, mas com potencial democratizante.
(B) estratégia do Estado da aglutinação de diferentes movimentos sociais e ou conselho como um núcleo de reivindicações da sociedade.
(C) matéria exclusiva de atuação das/os assistentes sociais ou conselho como uma instituição burocrática, porém eficiente.
(D) instrumento de formação de políticos ou conselho como um espaço harmonioso e distensionado.
(E) canal de reprodução alienada ou conselho como um espaço aberto e de múltiplas requisições político-partidárias.
USP 2022 - QUESTÃO 35
Na obra “O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional”, Iamamoto (2005) aponta importantes reflexões sobre as demandas profissionais no âmbito das relações sociais entre o Estado e a sociedade. Nessa direção, a autora menciona ao menos quatro tendências que ela denomina de “temas ocultos” (p. 151) no debate profissional, ou seja, que não têm destaques nas análises da profissão.
Dentre esses temas, evidencia-se que a profissão tem olhado
(A) mais para a instrumentalidade e menos para a ação.
(B) menos para a prática e mais para a conjuntura.
(C) menos para a sociedade e mais para o Estado.
(D) mais para a história e menos para a realidade.
(E) menos para a instituição e mais para os usuários.
USP 2022 - QUESTÃO 36
De acordo com Bravo & Matos (2009), pensar hoje uma atuação competente e crítica do Serviço Social na área da saúde exige, dentre outros compromissos,
(A) estar atento às principais requisições do Estado na formulação da política de saúde e pela real redução dos investimentos.
(B) conectar-se às principais instituições privadas de saúde e reproduzir a ideologia individualista dos planos de saúde.
(C) estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e de usuários que lutam pela real efetivação do SUS.
(D) envolver-se com os diversos mecanismos de persuasão dos usuários na direção do apaziguamento dos conflitos.
(E) estar mobilizado em conjunto com as forças hegemônicas das instituições de saúde na perspectiva administrativa.
USP 2022 - QUESTÃO 37
Iamamoto (2005, p.198-9) afirma que “na sociedade brasileira, marcada por suas heranças do passado – uma sociedade que se construiu ao revés do imaginário igualitário da modernidade, como o já salientado –, a descoberta dos direitos convive com a sua recusa, com a violência cotidiana perpassando as relações sociais, repondo privilégios e novas discriminações, conformando hoje, o que alguns qualificam de ‘apartação social’”.
Nesse sentido, a autora reflete que é justamente na dinâmica desses conflitos que se encontram as fontes de possibilidades e esperanças de uma prática voltada à/ao
(A) filantropia, que singularize os direitos em benefícios, formulando novas práticas.
(B) bem comum, que direcione ao assistencialismo, fortalecendo as instituições.
(C) solidariedade, que potencialize as lideranças institucionais, enfatizando o indivíduo.
(D) cidadania, que generalize os direitos existentes, criando outros novos na luta social.
(E) dependência, que assegure o compromisso do usuário, fortalecendo a lealdade.
USP 2022 - QUESTÃO 38
No editorial organizado por Yazbeck, Raichelis & Sant´Ana (2020) da Revista Serviço Social e Sociedade sobre “Questão Social, Trabalho e crise em tempos de pandemia”, as autoras relembram aos assistentes sociais-leitores que, por configurarem expressões concretas da atual fase de acumulação do capitalismo internacional, não se pode creditar à pandemia causada pelo novo coronavírus:
(A) O aumento da mortalidade, a disseminação do vírus e a possibilidade de contágio sem restrição territorial, além da desinformação protagonizada pelas instituições que deveriam assumir a comunicação.
(B) A expansão da(s) direita(s) no cenário nacional e internacional, o crescimento do conservadorismo de traços fascistas e a intensa precarização das condições de trabalho e de vida.
(C) O isolamento social, distanciamento, ações de saúde pública, medidas sanitárias de prevenção e tratamento, programas de vacinação e um programa nacional de combate a pandemia.
(D) As manifestações de medo de um vírus desconhecido, o tédio do isolamento, a incerteza quanto ao futuro e as dificuldades financeiras que geraram uma nova epidemia evidenciada em inúmeros casos de depressão.
(E) Complicações mais graves e até mesmo favorecimento do surgimento de outras doenças, como a diabetes, quando o organismo não metaboliza de forma eficiente as moléculas de açúcar (glicose) no sangue.
USP 2022 - QUESTÃO 39
No debate acerca da concepção de família desenvolvido por Mioto (2010) é assinalado que “a família, nas suas mais diversas configurações constitui-se como um espaço altamente complexo. É construída e reconstruída histórica e cotidianamente, através das relações e negociações que estabelece entre seus membros, entre seus membros e outras esferas da sociedade e entre ela e outras esferas da sociedade, tais como Estado, trabalho e mercado.
Reconhece-se também que além de sua capacidade de produção de subjetividades, ela também é uma unidade de cuidado e de redistribuição interna de recursos”. Nesse sentido, a autora conclui que essa concepção compreende a família não apenas como uma construção
(A) privada, mas também pública e que tem um papel importante na estruturação da sociedade em seus aspectos sociais, políticos e econômicos.
(B) subjetiva, mas também objetiva e que tem predominância na tradição e na conformação moral de cada sociedade.
(C) particular, mas também individualizada, pois sofrem determinações culturais que estruturam seu modo de ser.
(D) afetiva, mas também da ordem e da hierarquia, que promove a estruturação da sociedade nos seus aspectos ético-morais.
(E) íntima, mas também política, pois potencializa a estrutura da sociedade e os papéis fundamentais das instituições.
USP 2022 - QUESTÃO 40
Frente às tendências que Behring & Boschetti (2007, p. 164) apontam a respeito da política social e a difícil coexistência entre universalidade e hegemonia neoliberal, destaca-se o processo de privatização passiva que a proposta de saúde pública e universal passa a sofrer, assim como na política de assistência social, com a tímida inserção do SUAS em todos os municípios, como por exemplo “os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) atingem, atualmente, 27,5% dos municípios brasileiros”.
Um dos agravantes e determinantes para manutenção desse quadro é a
(A) estrutura da sociedade capitalista que colabora com a ampliação e a universalização do SUS e do SUAS.
(B) mobilização permanente da classe da trabalhadora que potencializa a superação da estrutura fragmentada das políticas.
(C) natureza das políticas sociais que condicionam sua dependência aos mecanismos do assistencialismo burguês.
(D) condição do orçamento público destinado às políticas sociais, que padece de histórica submissão à política econômica.
(E) regulamentação do Estado brasileiro que tende a cercear a dinâmica das políticas sociais junto às organizações políticas.
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