UEM 2020: Considerando a coletânea A legião estrangeira, de Clarice Lispector, assinale o que for correto
TEXTO
O aumento silencioso dos cibercrimes
(Thiago Diniz Nicolai e Guilherme Serapicos Rodrigues Alves)
Desde a decretação da pandemia global da Covid-19
pela Organização Mundial da Saúde em meados de
março, temos sentido na pele as transformações que as
medidas de isolamento social adotadas para o
enfrentamento do vírus provocam em rigorosamente
todos os âmbitos sociais.
A magnitude desse impacto certamente não pode
ser subestimada. Com dados como a redução de cerca
de 6% da emissão mundial de gás carbônico,
diminuição de 70% no tráfego aéreo, 3% de
encolhimento da economia global, entre muitos outros,
não há lugar ou atividade que não tenha sido afetado.
Evidentemente, a situação não seria diferente no
que diz respeito à dinâmica das atividades criminosas
esporádicas ou organizadas.
Com a redução da circulação de pessoas e o
aumento do confinamento familiar ininterrupto, temos
observado uma diminuição dos crimes patrimoniais e
daqueles relacionados ao comércio de drogas, bem
como o aumento dramático nos registros de violência
doméstica.
No entanto, o que parece fora do radar são ações
ilícitas alheias ao espaço urbano, aquelas que se dão
justamente no ambiente a que todos se recolhem em
seus refúgios virtuais da pandemia: o ambiente
cibernético.
É importante frisar que tais crimes não são apenas
os previstos na Lei n.º 12.737/2012, que dispõe sobre os
delitos informáticos, mas sim todos os tipos penais que
podem ser praticados por meio virtual, com especial
destaque ao estelionato.
Não por acaso, portanto, é o aumento silencioso,
mas substancial, dos crimes cibernéticos que tem
merecido especial atenção das autoridades
internacionais nos últimos meses. Tanto o FBI como o
serviço europeu de polícia (Europol) publicaram
comunicados alertando para o aumento do número de
crimes cometidos no ambiente virtual durante a crise
da Covid-19.
No relatório publicado no início do mês passado, as
autoridades europeias apontaram que os criminosos
cibernéticos são aqueles que mais se aproveitam da
situação de pandemia para levar a cabo seus esquemas
e ataques. Com o aumento do número de pessoas em
casa e utilizando serviços on-line, os meios para os
cibercriminosos se aproveitarem para explorar
oportunidades e vulnerabilidades se multiplicaram.
Mas é importante relembrar que a ameaça dos
cibercrimes não é uma novidade dos tempos de
pandemia. De acordo com a Organização das Nações
Unidas, o prejuízo global em razão de problemas
associados à segurança da informação já soma
aproximadamente US$ 1 trilhão ao ano.
De toda forma, é indiscutível que o contexto atual
torna a situação ainda mais delicada. A partir do
momento em que os colaboradores atuam de suas casas
com acesso remoto a documentos, a e-mails, a sistemas da
empresa, é como se o ambiente virtual dessa empresa
avançasse e se confundisse com o ambiente doméstico
desses colaboradores, e é aí que mora o perigo.
O criminoso, que antes precisava quebrar uma
robusta defesa de uma empresa para acessar seus dados
e furtar informações, agora pode fazê-lo a partir do
acesso a qualquer computador de um funcionário
descuidado, seja um entusiasta de uma senha de acesso
"123456" ou alguém que não resista a clicar em um
link suspeito que lhe ofereça uma oportunidade
imperdível.
É realmente como se fossem abertas inúmeras
novas portas de entrada à companhia, e a
segurança de cada uma dessas portas depende do zelo
de cada um dos colaboradores em seu espaço privado.
Essas vulnerabilidades merecem especial atenção
quando se tem em conta que, de acordo com dados do
Senado Federal, o Brasil é o segundo país do mundo
com maiores prejuízos decorrentes de crimes
cibernéticos, que, em apenas três meses do ano passado,
o país registrou nada menos do que 15 bilhões de
tentativas de ataques cibernéticos, e que, de acordo
com a Fiesp, 59% dos ataques realizados na indústria
tem motivação financeira e mais de 60% ocorrem em
empresas de pequeno e médio porte.
É importante esclarecer que nosso intuito não é
criar pânico, tampouco defender uma posição contrária
ao trabalho remoto. Em tempos de pandemia ou não, os
avanços tecnológicos já fazem parte do cotidiano e
devem avançar cada vez mais, inclusive com registros
de que o home office vem trazendo resultados
positivos às empresas e de que o trabalho remoto deve
se difundir ainda mais, mesmo após a atual crise de
saúde pública.
Do mesmo modo que não há motivo para
alarmismo, porém, não se pode ignorar que as ameaças
cibernéticas também vieram para ficar e que é pouco
aconselhável que pessoas e empresas se mantenham
inertes diante desse cenário.
Há cuidados a serem tomados que demandam
maior rigor e assessoria especializada de técnicos em
inteligência de informação. Há, por outro lado, atitudes
muito simples que já implicam um incremento da
segurança no ambiente virtual.
Em primeiro lugar, a simples consciência dessa
ameaça cibernética e do perigo que ela representa já é,
por si só, o passo essencial. Decorre daí uma mudança
natural de cultura, que, em grande medida, passa por
afastar a percepção ilusória de segurança e privacidade
que tantos possuem quando imersos no ambiente
virtual.
Outras medidas são igualmente simples e
eficientes, como cartilhas e campanhas de
conscientização de colaboradores e funcionários;
adoção de protocolos mais rigorosos para acesso a
documentos e sistemas; especial cuidado com arquivos
e links recebidos de terceiros; atenção à qualidade e à
atualização de hardware e software utilizados tanto na
empresa como por colaboradores; e demais medidas de
mudança de cultura corporativa, melhor estruturadas
por especialistas credenciados em segurança da
informação.
Cibercriminosos também estão confinados em
isolamento social, e organizações criminosas estão
sofrendo com a diminuição de receitas ilícitas, o que os
leva a dedicar grande parte de seu tempo em descobrir
novas maneiras de obter vantagens financeiras dos
desavisados de quarentena.
Portanto, a lição fundamental é lembrar que o
ambiente virtual não é neutro e muito menos seguro.
Assim como não há diferença entre aquele que acessa o
sistema fisicamente na empresa e aquele que se
conecta remotamente de seu smartphone.
(Disponível em: https://migalhas.uol.com.br/depeso/326593/o-aumen
to-silencioso-dos-cibercrimes. Data de acesso: 07 dez 2020.)
QUESTÃO 25
UEM 2020: Considerando a coletânea A legião estrangeira, de Clarice Lispector, assinale o que for correto.
01) “Tentação” é uma narrativa longa, que apresenta a história do encontro de um gato siamês, preso por um menino a uma grade de metal. O título refere-se ao desejo da personagem de abrir a coleira e de soltar o animal. Destacam-se na narrativa a intensidade do amor e a complexidade da vida humana.
02) “Uma amizade sincera” narra o desgaste da amizade entre dois amigos que decidem morar juntos. A convivência tão próxima desgasta a amizade. Em um processo de conscientização, eles se dão conta dos seus sentimentos íntimos e decidem, com falsas justificativas, viajar separadamente.
04) A personagem-narradora do conto “Os desastres de Sofia” assume uma perspectiva memorialista e autobiográfica para focalizar o ambiente escolar e explorar a temática da relação entre professor e aluna. É evidente, por parte da menina Sofia, a intenção de constranger o mestre.
08) Em “Viagem a Petrópolis”, uma senhora idosa, cujo apelido era Mocinha, sofre ao experimentar a rejeição, o isolamento, o abandono e a solidão. Durante a viagem, rememora seu passado, comparando os tempos de sua juventude com a velhice. No desfecho do conto, recupera a alegria de viver, após reencontrar seus filhos.
16) Em “A solução”, o estado emocional de Almira mostra-se instável. A personagem procura agradar sua colega de trabalho, mas só recebe indiferença. No refeitório, ao ser chamada de “gorda”, Almira fere o pescoço de Alice e acaba na prisão.
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